DevDay 2025 e a virada de produto da OpenAI
O palco em São Francisco não apresentou apenas novos recursos. Apresentou uma arquitetura de futuro. A OpenAI consolidou a transição de “empresa de modelo” para “empresa de plataforma”, com três blocos estratégicos que se encaixam como um sistema operacional da nova economia de software: Apps dentro do ChatGPT, AgentKit para agentes produtivos e Codex como coautor de engenharia.
O recado de Sam Altman foi mais simbólico do que técnico: o ChatGPT virou a App Store do século XXI.
A ambição da OpenAI
Dois anos após o primeiro DevDay, os números dobraram de escala: 4 milhões de desenvolvedores e 800 milhões de usuários semanais. A API processa 6 bilhões de tokens por minuto. A OpenAI já não compete apenas com outras empresas de IA, mas com as próprias plataformas que definem o cotidiano digital, Google, Apple, Meta.
O objetivo agora é simples e agressivo: transformar o ChatGPT em um ambiente onde se constrói, distribui e monetiza software. Não mais um destino final, mas um ecossistema vivo.
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O novo papel do ChatGPT
O que a OpenAI está fazendo é transformar a conversa em camada de execução.
Com o Apps SDK, desenvolvedores podem criar produtos que vivem dentro do ChatGPT, com interface, login e lógica próprias. Não são extensões, são aplicativos inteiros embutidos na conversa.
O resultado é um novo tipo de distribuição: se antes uma startup precisava de site, app e tráfego, agora ela nasce onde estão 800 milhões de usuários. Quando alguém pede “Figma, transforme este esboço em um diagrama”, o ChatGPT invoca o app, executa e entrega.
Essa integração natural entre prompt, UI e ação é o que a OpenAI chama de apps que se conversam. É um novo idioma entre software e usuário.
Agentes que realmente funcionam
O AgentKit resolve o maior gargalo dos últimos 12 meses: transformar protótipos em operação estável.
Ele reúne tudo que uma empresa precisa para tirar um agente do PowerPoint e colocá-lo no ar, builder visual, testes, guardrails, conectores seguros e painéis de avaliação.
Em uma demonstração, a engenheira Christina construiu e publicou um agente funcional em oito minutos, diretamente do palco. Esse é o ponto. A complexidade de orquestrar fluxos, testar decisões e monitorar comportamento agora cabe em um painel visual.
O salto não é só técnico. É cultural. Agentes deixam de ser experimentos e passam a ser parte do core business.
Codex virou engenheiro
O Codex, agora fora do modo experimental, é a personificação do “engenheiro agente”. Rodando sobre o modelo GPT-5-Codex, ele entende contexto, refatora projetos inteiros, sugere testes e faz revisão de PRs com mais profundidade do que muitos times seniores.
A OpenAI usa internamente: 70% mais pull requests concluídos e quase todo o código novo escrito em parceria com o Codex.
No DevDay, uma demonstração ao vivo mostrou Codex controlando câmeras, luzes e voz apenas com instruções em linguagem natural. Nenhuma linha digitada manualmente.
O ponto não é espetáculo, é eficiência: o tempo entre ideia e produto encolhe a minutos.
A base técnica
O anúncio final consolidou a base de computação que sustenta tudo isso:
GPT-5 Pro, agora disponível na API, com raciocínio mais profundo e precisão de domínio.
GPT-Realtime Mini, modelo de voz 70% mais barato, feito para agentes de atendimento e interfaces faladas.
Sora 2, o modelo de vídeo com áudio sincronizado e controle fino de cena, agora em preview para desenvolvedores.
Esses lançamentos conectam os mundos de texto, fala, código e vídeo. A OpenAI quer que cada um deles seja um modo de expressão da mesma plataforma.
O significado estratégico
O DevDay de 2025 não foi sobre velocidade. Foi sobre estrutura.
A OpenAI criou um pipeline completo para o novo tipo de empresa digital:
Interface: Apps no ChatGPT.
Inteligência: AgentKit.
Execução: Codex e GPT-5 Pro.
Quem constrói sobre isso ganha uma vantagem estrutural: distribuição embutida, custos marginais decrescentes e feedback em tempo real.
Quem não constrói, passa a competir contra produtos que aprendem sozinhos.
Os riscos desse movimento
A nova era vem com armadilhas. A dependência da infraestrutura OpenAI aumenta: quem publica dentro do ChatGPT entrega parte da distribuição e da monetização a um intermediário.
Há também riscos de governança e privacidade, quanto mais conectores e dados em tempo real, maior a exposição a falhas e vazamentos.
E há a ilusão do “no-code mágico”: reduzir fricção técnica não elimina a necessidade de clareza de problema e estratégia.
A virada da OpenAI
O DevDay 2025 marcou a virada definitiva da OpenAI em direção ao produto.
De empresa de modelos, virou uma plataforma de construção e distribuição. De API, virou ecossistema. De playground, virou infraestrutura.
O que antes era um chatbot agora é um sistema operacional de criatividade, automação e código. E o tempo médio entre uma ideia e o software funcionando acaba de cair de meses para minutos.
A pergunta agora é simples: você vai usar o ChatGPT, ou vai construir dentro dele?