O gatilho mental da significância: uso de IA pelo LinkedIn como ferramenta de engajamento
Que atire a primeira pedra o produtor de conteúdo que AINDA não utilizou alguma ferramenta de Inteligência Artificial. O LinkedIn não quis ficar fora dessa tendência e lançou os Artigos Colaborativos
Vem comigo nessa conversa que eu prometo para você que nenhuma linha desse papo aqui foi elaborada através de Inteligência Artificial. Bom, isso é garantia de qualidade? Não posso afirmar com toda certeza, mas vamos descobrir juntos. Sou a Pati Duarte e quero te desejar boas-vindas a newsletter do Product Guru's neste novo ano :)
Artigos Colaborativos
Março de 2023 e o LinkedIn anunciou o lançamento de IA para produção de conteúdos com o objetivo de aumentar o engajamento na rede, a grande sacada aqui é o gatilho mental da significância e vou falar um pouco mais disso já já.
A promessa: receber um selo de Community Top Voices.
Se você se arriscou a escrever meia dúzia de linhas nessa rede social para compartilhar alguma experiência já deve saber que algumas (ou talvez muitas) pessoas desejam um reconhecimento, ele significa pertencimento e visibilidade para muitos. Todo início de ano é a mesma história, uma gama de profissionais reconhecidos, com posts de agradecimento e outra gama de profissionais frustrados por se sentirem merecedores e o selinho não chegou.
O Community Top Voices é um selo mais acessível, pelo que parece.
O LinkedIn afirma que os Artigos Colaborativos são uma forma de aproveitar o conhecimento coletivo e nutrir a comunidade com conteúdos significativos, a grande questão aqui é como isso acontece.
Tudo nasce de uma IA! Existe uma lista de "iniciadores de assuntos" que são tópicos ditos provocativos gerados por IA para que alguns membros da comunidade recebam o convite para compartilhar conhecimento e, literalmente, engrosse o caldo.
Esses iniciadores de assunto acabam sendo bem vazios e genéricos, característica comum dos conteúdos produzidos por ferramentas de IA, que nem o mais belo prompt ainda não resolveu.
Assim nasce uma produção incontável de conteúdo. De qualidade eu não sei afirmar ainda, mas a quantidade é inegável!
Gatilhos funcionam!
Eu recebi um convite! Fiquei feliz, compartilhei conteúdo e compartilho sem dó, eu adoro dar um pitaco nas coisas, então, se eu realmente puder ajudar eu vou lá e dou minhas dúzias de palavras para o artigo para o qual fui convidada.
O gatilho mental da significância é uma carta na manga para as redes sociais, é o apelo para a necessidade de pertencimento e reconhecimento. A pessoa se sente especial, diferenciada e assim, compartilha, engaja e vira um cliente promotor da marca e do produto em potencial.
Ser convidado para contribuir para um artigo é isso. Contribuiu para o artigo colaborativo do LinkedIn? O gatilho funcionou!
Só se você for convidado consegue contribuir? O LinkedIn afirma que sim! Somente para convidados. Mas já vou te contar que vi contribuições abertas, você busca o artigo de interesse e por vezes o campo de contribuição está lá.
Propriedade intelectual
A advogada que habita em mim não pode deixar esse tópico de fora! Minha inscrição na OAB chora se eu não acrescentar isso aqui.
Não acho que a internet hoje em dia é lugar para conseguir colocar todas as regras na ponta do lápis, mas algumas exceções importantes estão sendo abertas aqui, e o LinkedIn não dá ponto sem nó!
Ao aceitar os termos de uso e políticas da comunidade você concordou com absolutamente tudo, a única coisa que não acontece é a exclusividade, então se eu bem quiser contribuir em algum artigo colaborativo utilizando trechos já escritos nesta newsletter do seu coração, eu posso! :)
Desafios da Utilização da IA Generativa pelo LinkedIn
Qualidade.
O querido Chorão já dizia: “Quem é de verdade sabe quem é de mentira”.
Verdade seja dita, quando algo é elaborado por Inteligência Artificial fica fácil de reconhecer e aí mora um desafio, não é apenas um bom prompt de comando, é preciso colocar a mão na massa e “humanizar” o conteúdo.
Outro desafio que vejo é a utilização das ferramentas. Elas são muito intuitivas, com um device qualquer e internet você tem acesso a muitas ferramentas gratuitas, mas até onde essa produção descontrolada vai poluindo a internet sem gerar valor. Quando me refiro aqui a utilização não é sobre acesso, é sobre lixo virtual mesmo.
A carga cognitiva aumenta a cada dia, já estamos longe de acompanhar tudo que passa pela nossa visão e audição quando o assunto são redes sociais, somos segmentados com base em dados que nós mesmos não sabemos como foram tratados, já perdemos o controle faz tempo.
O desafio que vejo dos artigos colaborativos também seguem o mesmo raciocínio.
As pessoas parecem mais interessadas em contribuir do que consumir. O que tenho visto é uma quantidade de contribuições muito boas nos segmentos que acompanho, vamos ver se o LinkedIn vai conseguir controlar todo esse volume de dados.
Vale ressaltar aqui que o próprio LinkedIn afirma que os Artigos Colaborativos não servem sem a colaboração dos experts. E ainda tem muito conteúdo sem nenhuma interação, isso vai levar algum tempo.
Tempo e atualização é também um grande desafio. Como manter o conteúdo atualizado? Essa resposta só acompanhando os conteúdos para ver, mas a recomendação é que sua contribuição seja atemporal.
IA e o Processo Criativo
O poder da IA Generativa: volume.
O risco da IA Generativa: a acomodação mental, a consequência pode ser a redução da criatividade em razão da dependência tecnológica.
Não vou aprofundar nos riscos que a IA Generativa pode causar, já tem uma matéria bem interessante do Bernard Marr
Leia mais sobre o tema na Forbes, vale a leitura.
Qual a relação desse tema com Produtos e tecnologia?
Vou te ajudar a fazer um paralelo, mas acredito que a essa altura aqui você já teve ter feito algumas comparações muito interessantes.
Veja só, o uso de IA se ainda não afetou seu dia a dia, não demore a ler sobre o tema com mais profundidade. A IA chegou com uma velocidade impressionante, os produtos digitais que ainda não estão na onda, precisam entrar e algumas atividades como Product Manager já estão sendo realizadas com ferramentas com uma precisão impressionante.
O tema de gatilhos mentais não deve pertencer apenas ao time de vendas, os gatilhos podem nascer do próprio produto, assim como o LinkedIn está fazendo com os Artigos Colaborativos.
Por fim, o processo criativo ainda é mais humano do que artificial, mas precisa ser significativo, relevante e impactante.
Desejo um ano de muito conteúdo de qualidade, seja ele construído por um humano ou por uma IA, mas que te ajude na jornada.
Esse texto tá muito bom Pati! Esse senso urgente de importância que a todo momento nos assola é complicado, e cada vez mais temos mais e mais ferramentas para “facilitar” esse caminho até o objetivo (seja ele um selinho), isso por muitas vezes acaba atrapalhando a qualidade! Parabéns pelo texto! 🎉💛🚀