"Discovery não é um processo. Na verdade, é um conjunto de ferramentas que a gente tem para mitigar risco." Com essa afirmação contundente,
iniciou sua apresentação sobre os principais equívocos que muitos profissionais e empresas cometem ao pensarem sobre Discovery no desenvolvimento de produtos.Na apresentação, Joca destaca quatro grandes equívocos sobre Discovery e compartilha exemplos práticos de sua experiência profissional para ilustrar como evitá-los.
Ele explica que o foco principal do Discovery é mitigar riscos, especialmente "o risco do nosso produto dar errado".
Discovery como ferramentas e mindset, não como processo
O primeiro equívoco abordado é justamente confundir Discovery com um processo formal e extenso. Ele explica que, além de um conjunto de ferramentas, Discovery também é um mindset: "Discovery é um mindset, é a forma como a gente olha as coisas."
Para exemplificar, ele compartilha casos como o do Easy Taxi, que iniciou com um simples formulário online sem desenvolver aplicativos complexos, e sua própria experiência testando ideias de startups com landing pages e anúncios antes de desenvolver produtos completos.
"Cada ferramenta tem o seu uso", ressalta Joca, mostrando como diferentes situações podem exigir diferentes abordagens: desde planilhas e apresentações até landing pages e protótipos simplificados.
Nem tudo precisa de Discovery
Contrariando a ideia de que Discovery é necessário em todas as situações, ele afirma: "Tem situações em que não é necessário fazer Discovery." Ele explica que quando estamos desenvolvendo algo já padronizado no mercado, lidando com obrigações regulatórias ou enfrentando situações críticas e urgentes, pode fazer mais sentido partir diretamente para a execução.
"Se a gente tá em alguma situação em que ou a gente não tem nenhum desses riscos, ou desenvolver o produto é mais barato do que mitigar o risco, vamos desenvolver o produto direto," argumenta Joca.
Discovery não é só sobre o problema, mas também sobre a solução
Um dos equívocos mais significativos, segundo Joca, é focar o Discovery apenas no entendimento do problema. "Tem um lado do Discovery que se fala muito pouco, que é o Discovery da solução," enfatiza.
"A primeira solução que vem pra cabeça vai direto pro delivery. Essa é a razão de falha da maioria dos produtos," alerta, destacando que muitas equipes pulam diretamente do entendimento do problema para o desenvolvimento sem explorar diferentes hipóteses de solução.
Ele reforça: "Inovação não acontece nem no Discovery do problema e nem no delivery. A inovação acontece no Discovery da solução." Este é o momento em que a equipe trabalha junta para encontrar hipóteses de solução e identificar a que faz mais sentido.
A engenharia é fundamental no processo de Discovery
O quarto equívoco é subestimar o papel da engenharia no Discovery. Joca argumenta veementemente contra a separação entre equipes de produto/design e engenharia: "Não se faz Solution Discovery só com produto e design. Tem que ter produto, design e engenharia."
Para ilustrar, ele compartilha a história de um app para corretores que estava em desenvolvimento há sete meses.
Quando questionou a necessidade do app, um engenheiro sugeriu simplesmente enviar notificações por SMS em vez de criar um aplicativo completo.
A solução foi implementada em apenas 10 dias e resolveu o problema principal: "Em 10 dias tava todo mundo recebendo a notificação SMS do lead, aquilo que eles estavam esperando por um ano."
"O valor [da engenharia] não está no delivery, o valor deles está no Solution Discovery. É aí que a gente vai conseguir trazer as maiores inovações pro mercado," conclui.
🍵 vamos refletir…
A palestra do Joca oferece uma perspectiva pragmática sobre Discovery, destacando sua verdadeira função como ferramenta de mitigação de riscos e enfatizando a importância de explorar múltiplas hipóteses de solução com uma equipe completa, incluindo engenharia, para criar produtos verdadeiramente inovadores e eficazes.
Quer assistir a palestra completa? Assista no nosso canal no YouTube.