Ainda contratando: empresas de tecnologia continuam contratações após demissões em massa
Vamos tentar entender porque mesmo com mais de 240 mil profissionais demitidos em 2023, as empresas continuam a contratar - sem parar
Olá, eu sou a Isadora Pires, e é um prazer estar com você nesta jornada que teremos hoje. Te convido a vir comigo, para juntos tentarmos entender o que pode estar acontecendo no setor da tecnologia, para que mesmo no embalo - ainda - das demissões em massa, vemos tantas e tantas e tantas vagas disponiveis.
Conto com sua atenção, mas antes, que tal eu te contar os temas que serão abordado no texto de hoje?
O ciclo perpétuo da inovação: apesar das quedas, as vagas na área de tecnologia continuam acima dos níveis pré-pandemia.
O mercado não espera: depois de aumentar significantemente, o número de ofertas de emprego em tecnologia está se aproximando do nível pré-pandemia
Novos desafios, novas oportunidades: em 5 anos o mercado tech vai precisar de quase 800 mil talentos
A transformação digital como motor de contratações: especialistas acreditam que empresas que fizeram demissões em massa, tendem a recontratar, mas com salários menores.
Em um mundo onde o ritmo da inovação nunca diminui, o setor de tecnologia dança ao som de uma sinfonia de constantes evoluções. No entanto, como um drama de altos e baixos, também enfrenta adversidades, em 2023, mais de 240 mil profissionais foram afetados por uma onda de demissões em massa.
O enredo que estamos prestes a desvendar hoje, desafia as expectativas, enquanto o vento cortante das demissões varre o cenário, as empresas de tecnologia não se abatem, surpreendentemente, elas não apenas substituem os que partiram, mas também continuam a contratar.
A pergunta que permeia essa narrativa é: Por quê? O que está por trás desse comportamento?
Vamos tentar descobrir juntos?
O ciclo perpétuo da inovação
Para decifrar o motivo pelo qual as empresas de tecnologia ainda estão contratando, mesmo após demissões em massa, é crucial compreender o ciclo perpétuo da inovação que impulsiona esse setor.
A tecnologia é uma indústria que se renova constantemente, e o que era relevante ontem pode se tornar obsoleto amanhã.
Apesar das quedas, as vagas na área de tecnologia continuam acima dos níveis pré-pandemia.
Nível de emprego em ocupações de informática e matemática, janeiro de 2020 - fevereiro de 2023.
O efeito das demissões no setor de tecnologia está começando a se refletir nos dados oficiais de emprego, disse Tim Herbert, diretor de pesquisa da CompTIA, durante a divulgação do relatório do Bureau of Labor Statistics dos EUA de fevereiro . Mas uma perspectiva mais ampla é fundamental para compreender a situação actual.
“A recente retração representa uma fração relativamente pequena da enorme força de trabalho de tecnologia, as perspectivas a longo prazo permanecem inalteradas, com a procura por talentos tecnológicos a impulsionar os ganhos de emprego em toda a economia.” - disse Herbert
Há evidências que sugerem que, para a grande maioria dos trabalhadores despedidos, as voltas do mundo, o conduz de volta a uma carreira na área da tecnologia, embora a pesquisa tenha sido publicada antes das demissões em massa do início de 2023, a empresa de inteligência de força de trabalho Revelio Labs descobriu que, três meses após o recebimento dos avisos de demissão, mais de 3/4 dos trabalhadores demitidos conseguiram encontrar outro emprego, de acordo com um relatório de dezembro .
“Acredito que existe uma demanda tão grande por tecnólogos que ainda persiste que qualquer pessoa que queira um emprego pode se virar, se candidatar e conseguir esse emprego quase imediatamente” segundo Art Zeile, presidente e CEO do Grupo DHI
O mercado não espera
A rápida evolução tecnológica exige que as empresas estejam sempre à frente da curva. Para isso, elas precisam manter equipes qualificadas que possam criar soluções inovadoras e se adaptar a mudanças em um ritmo acelerado.
Depois de aumentar significantemente, o número de ofertas de emprego em tecnologia, está se aproximando do nível pré-pandemia
Alteração percentual nas ofertas de emprego, desde 1º de fevereiro de 2020.
Para algumas empresas, as demissões em massa foram mais um reajuste na força de trabalho, com as empresas eliminando mais cargos seniores e retendo talentos técnicos de nível júnior e pleno, de acordo com Jimit Arora, é bem provável que isto se repercuta, moldando a dinâmica do mercado de trabalho em geral.
“Os talentos juniores de nível básico continuarão em demanda, mas acho que uma situação de excesso de oferta que poderemos ver estaria mais na base de talentos seniores”, disse Arora.
Existe uma crise de talentos que não passa, por isso, estratégias como a de treinar os talentos e molda-los para ocuparem os cargos vagos, ou ate mesmo a recontratação ou nova contratação por um valor menor.
Embora as demissões em massa nas grandes empresas de tecnologia do mundo tenham atingido mais de 240 mil pessoas, a expectativa é de crescimento do setor em 2023.
Segundo um levantamento da agência de pesquisa Gartner, os gastos mundiais com TI devem totalizar US$ 4,5 trilhões em 2023 - 2,4% a mais do que em 2022. A previsão, no entanto, é cautelosa: no último trimestre de 2022, a Gartner previa um crescimento de 5,1%. Para se reajustarem à nova realidade econômica, especialistas afirmam que o setor de tecnologia deve ficar mais seletivo, apostando em automação (inteligência artificial) e low code para dar mais eficiência aos negócios.
Novos desafios, novas oportunidades
As demissões em massa podem ser devastadoras para os profissionais afetados, mas também podem abrir portas para novas oportunidades.
Em 5 anos o mercado tech vai precisar de quase 800 mil talentos
Com apenas 53 mil pessoas formadas por ano em cursos voltados à tecnologia e com uma demanda média anual de 159 mil profissionais de TI e Comunicação, o Brasil tem um grande desafio pela frente. É o que aponta o estudo “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia ΣTCEM”, publicado pela Brasscom.
O relatório estimava que as empresas de tecnologia demandariam 797 mil talentos de 2021 a 2025, no entanto, com o número de formandos aquém da demanda, a projeção era de um déficit anual de 106 mil talentos – 530 mil em cinco anos.
Quando comparado à edição anterior, publicada em 2019, “o novo estudo demonstra que o problema de falta de talentos foi agravado”, afirma Sergio Paulo Gallindo, presidente executivo da Brasscom. “Mas uma coisa continua valendo: o Brasil tem vocação para a tecnologia e, se esse desafio for encarado de frente, o país garantirá não apenas que o setor continue crescendo exponencialmente, como oportunizará uma verdadeira transformação da realidade socioeconômica de milhares de famílias”.
A transformação digital como motor de contratações
A transformação digital é um dos principais motores das contratações em tecnologia. Empresas de todos os setores estão buscando aprimorar sua presença online e integrar soluções tecnológicas em seus negócios.
Especialistas acreditam que empresas que fizeram demissões em massa, tendem a recontratar, mas com salários menores.
As exigências dos cargos, exigirão um esforço mais concentrado nos esforços de desenvolvimento da força de trabalho, mas sera que as empresas irão levar isso em consideração, ou iremos ver (como já estamos vendo) a contratação por valores muito abaixo do mercado, que leva ou a contratação de profisionas não tão qualificados, ou a sucateação do talento do profissional que certamente não irá se desdobrar?
Mesmo com as demissões em massa, as empresas de tecnologia têm um foco incansável na qualidade de seus produtos e serviços, mas não parece que elas estejam levando em conta quanto custa para contrar um profissional que entregue a qualidade necessária.
Empresas de tecnologia estão demitindo por duas principais razões: a situação econômica e uma transformação estrutural nas companhias.
No que diz respeito à situação econômica, as empresas do setor precisam de investimento e com a inflação elevada e os juros altos, os processos para tomada de crédito e financiamento desse crescimento ficam mais caros, impactando inclusive no quadro de trabalhadores.
Já em relação à estruturação, muitas delas contrataram profissionais por valores muito altos, e hoje justificam que isso foi um dos motivos de impacto nos cortes.
Houve um tempo em que a pouca oferta de profissionais qualificados em tecnologia em relação à alta demanda de serviços, fez com que as empresas oferecessem salários muito altos para atrair mão de obra. Agora, devem passar a praticar valores mais próximos do mercado.
Nesse sentido, o que alguns especialistas apontam é que as empresas que demitiram muita gente podem recontratar profissionais, mas com salários menores.
Além disso, fora das companhias do setor, outras áreas também devem ter, cada vez mais, uma demanda grande por profissionais de tecnologia - um movimento que deve se destacar em 2023 -, já que todas as áreas, da educação aos cuidados com a saúde, precisam de especialistas para modernizar, escalar e sustentar suas operações.
À medida que as empresas de tecnologia continuam a moldar nosso mundo, o ciclo de inovação persiste, impulsionando contratações em um setor que nunca fica inativo.
Resta agora, que a gente se prepare para a nova realidade.
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