Nos últimos anos, o cargo de GTM Engineer deixou de ser apenas um rótulo curioso no LinkedIn para se consolidar como uma das funções mais comentadas em growth e operações. Clay, empresa que cunhou o termo em 2023, foi o estopim. Mas o que realmente sustenta esse hype é a transformação estrutural que ele representa: um profissional capaz de conectar tecnologia, dados e estratégia de mercado de forma única.
A frase da Natália Gaal resume bem: “A mágica do GTM Engineer acontece no overlap. Não importa se você vem de vendas ou de tech, o que importa é pensamento sistêmico, curiosidade e viés comercial.”
E esse ponto merece ser destrinchado.
Por que “overlap” é a chave
Empresas sempre tiveram times técnicos e times comerciais. O problema é que, na prática, esses mundos raramente conversam com fluidez. O dev constrói a ferramenta, o marketing lança a campanha, o time de vendas tenta fechar negócio, e cada área funciona como silo.
O GTM Engineer nasce exatamente no espaço entre esses silos. Ele não é apenas um executor técnico de automações. Nem só um estrategista de go-to-market. Ele opera onde as áreas se encontram.
Do lado técnico, entende integrações, dados, workflows.
Do lado de negócios, enxerga métricas, funil, trade-offs de receita.
No meio, cria sistemas que não só funcionam, mas geram impacto direto no crescimento.
O que diferencia de RevOps e outras funções
Muitos reduzem o GTM Engineer a um “revops rebatizado”. Mas a diferença é relevante.
RevOps tradicional: foco em eficiência operacional, organização de CRM, automações básicas.
GTM Engineer: arquitetura estratégica. Integra diferentes ferramentas, cria pipelines customizados e transforma dados dispersos em inteligência acionável.
Como disse a Natália, “não é só automação, é arquitetura estratégica de crescimento.” Essa é a virada.
A oportunidade no Brasil
Nos Estados Unidos, já existem comunidades, bootcamps, até conferências dedicadas ao tema. Aqui, ainda engatinhamos. Poucos cases, pouco conteúdo em português e muita confusão sobre o escopo do papel.
Mas isso não é desvantagem, é oportunidade.
Mercado imaturo significa oceano azul para quem se posicionar agora.
Empresas tradicionais ainda tratam tecnologia como custo, mas inevitavelmente precisarão evoluir.
Talento brasileiro já é disputado lá fora, com contratações em dólar para funções de entrada.
Quem entender esse movimento antes, tem chance de liderar a pauta.
O background pode variar: marketing, growth, engenharia, dados. O que importa é cultivar três atributos:
Pensamento sistêmico: enxergar como processos e ferramentas se conectam.
Curiosidade investigativa: não aceitar tarefas manuais como padrão, sempre buscar automação e eficiência.
Viés comercial: toda solução precisa estar ligada a receita, aquisição ou retenção.
Esse tripé define o que realmente diferencia um GTM Engineer de um especialista técnico isolado.
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