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Por que o modelo bancário clássico pode estar no fim
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Por que o modelo bancário clássico pode estar no fim

Os balanços do segundo trimestre de Bradesco, Itaú e Santander revelaram muito mais do que números de lucro, inadimplência ou eficiência operacional. Pela primeira vez em anos, ficou claro como cada banco enxerga o futuro da tecnologia e, principalmente, da inteligência artificial.

O contraste entre discurso e execução deixou uma mensagem estratégica: o próximo ciclo competitivo do setor será definido por quem conseguir transformar IA em produto, confiança e resultado real.

O Bradesco foi o mais explícito ao se reposicionar como “AI First”. A aposta é corajosa, mas também arriscada. Colocar a inteligência artificial no centro da narrativa sinaliza modernização para o mercado e pode atrair talentos, mas exige coerência na prática.

Ser AI First deveria significar redução de custos operacionais via automação, novos modelos de crédito com base em dados e experiências digitais mais personalizadas. O desafio é que, até aqui, a promessa soa maior do que as entregas. Se não virar execução concreta, corre o risco de ser visto como hype.


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O Itaú seguiu na direção oposta. Sem slogans grandiosos, manteve a cadência de resultados e reforçou o peso da execução silenciosa.

O banco já vinha se destacando por eficiência operacional e continua mostrando consistência em indicadores de inadimplência e rentabilidade. Mais importante: o Itaú avança de forma pragmática em tecnologia, com melhorias visíveis no app e um uso de IA que parece estar embutido no core do negócio, não apenas em projetos isolados. É uma estratégia menos vistosa, mas que constrói confiança no longo prazo.

O Santander, por sua vez, adotou um caminho intermediário. Trouxe iniciativas relevantes em áreas específicas, mas ainda sem uma narrativa integrada que amarre a visão de futuro.

Essa fragmentação transmite certa hesitação: há avanços, mas sem a mesma clareza de propósito que os concorrentes demonstraram. Para investidores e clientes, isso pode gerar a sensação de que o banco corre atrás em vez de ditar o ritmo.

O que aprendemos com esse contraste? Que a inteligência artificial não é mais opcional para o setor bancário. Não se trata de ter ou não ter IA, mas de como integrá-la no negócio. Enquanto o Bradesco aposta em um marketing agressivo, o Itaú mostra que execução sólida pode falar mais alto. Já o Santander evidencia os riscos de não ter uma narrativa coesa.

Em última instância, a disputa não é sobre quem adota a tecnologia primeiro, mas sobre quem consegue usá-la para reforçar a confiança do cliente e entregar resultados consistentes.

Esse foi o ponto central do episódio com André Gomes. Conversamos em profundidade sobre o futuro dos bancos, as diferenças entre discurso e prática e o papel da IA no setor financeiro.

Se você quer entender como essa disputa pode redefinir a próxima década, vale ouvir a conversa completa no YouTube, Spotify ou Apple Podcast.

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